O virtual não nos abraça

Em 2004 me aventurei a entrar nesses chats da vida e conheci uma galera legal. Confesso que é uma situação extremamente viciante e que requer maturidade pra não se criar um vício, e pior, um vínculo. Eu criei. Esse vício durou 2 anos, tempo esse em que eu cheguei a ficar 9, 12, 18 horas na frente do computador, conversando sobre nada com pessoas que nunca vi. Envelheci. E perdi tempo também. Emocionalmente criei amizades, e racionalmente desperdicei um tempo precioso. Mas aprendi com aquela experiência.
Hoje eu li em uma reportagem que as "comunidades virtuais" são um caminho sem volta que a humanidade está fazendo, e eu discordo plenamente disso. Acho sim que esse meio virtual é um complemento pros relacionamentos existentes, mas acho uma utopia a idéia de que o virtual pode suprir o real ao ponto do real ser apenas o apoio. Acho que essa modernidade de hoje está criando pessoas sem preparo emocional, anarquistas e principalmente, depressivas.
A indústria é a primeira a lucrar com isso. Se ventila na mídia que a pirataria é uma das pragas do século, mas todo o material que a indústria de modo geral lucra com essas crianças, adolescentes e jovens adultos é inacreditavel. Hoje um "acesso" a um site é lucro. E quanto a 2 milhões de acessos? Cifras.
Apesar de discordar dessa "modernidade", se ela vai realmente ser o futuro ou não, eu não sei, mas eu gostaria de ver uma comunidade com inserção do virtual, mas apenas e tão somente como algo acrescentando em nossas vidas, e não como algo substituto pras relações cultivadas no popular "cara a cara". Um País como o Japão, ultra moderno e depressivo, com tachas de suicídio assombrosas não é sinônimo de "bom futuro" pra mim. Afinal, o que faz falta lá, aqui ainda há de sobra. Um bom e apertado abraço.
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